Embora a água seja de longe o reagente mais utilizado em um laboratório, alguns erros ainda são muito mais comuns doo que deveriam, e geralmente são causados simplesmente por falta de informação. Neste artigo vamos apontar quatro das práticas mais comuns ligadas ao manejo da água e de seus purificadores que trazem problemas no dia a dia dos seus ensaios.
1. Armazenar água ultrapura
A água ultrapura é altamente reagente com a superfície do recipiente em que é coletada e com o ar. Tão logo ela saia de dentro do purificador, começará a absorver íons, gases e outros compostos à sua volta. Por essa razão, você deve coletar a água ultrapura somente quando for realizar o experimento, principalmente para aplicações críticas.
Para aplicações não-críticas, a água ultrapura pode ser armazenada em recipientes de vidro, ou até plásticos, e utilizada em até 2 dias, desde que você esteja ciente de que a qualidade será mais próxima da água pura do que da ultrapura.
Para saber mais sobre as classificações da água, veja nosso artigo Conheça os 3 tipos de água laboratorial purificada e para que servem.
2. Confiar que água autoclavada pode ser utilizada para PCR
Existe uma pureza de água adequada para PCRs que vai além de uma resistividade 18,2 MΩ.cm. Além da retirada de íons, é necessário retirar também qualquer composto que possa interferir na reação, incluindo as nucleases. O processo para atingir essa pureza não é a autoclavagem. Ao autoclavar a água ultrapura, ela está reagindo com o recipiente em que se encontra, absorvendo os compostos do vidro e do ar à sua volta. Apesar de esterilizante, esse processo não irá destruir as nucleases e pode até trazer novos contaminantes em cena que estiverem na composição das paredes do frasco. Para isso, utilizamos a luz UV e a ultrafiltração no processo de obtenção da água ultrapura.
3. Não verificar a data de troca dos filtros do seu purificador
A resistividade irá cair de uma vez quando o cartucho do filtro saturar, e você será pego de surpresa. Além disso, embora a resistividade esteja em níveis normais, outros parâmetros podem estar desregulados, como o nível de orgânicos, contagem de bactérias e gases dissolvidos. Isso significa que você estará utilizando a água normalmente, já que o sistema não irá alarmar, e prejudicando seus ensaios – muitas vezes sem se dar conta do que está acontecendo.
Quando for trocar os filtros, realize a desinfecção do sistema primeiro. O processo varia entre fabricantes, mas geralmente consiste em utilizar um cartucho especial para permitir que uma solução desinfetante circule pelo sistema. Após a desinfecção, o sistema deve ser rinsado repetidamente. A melhor prática é deixar serviços de manutenção pré-agendados para esses procedimentos conforme a frequência indicada pelo fabricante. Essa frequência pode ser alterada de acordo com a qualidade da água de alimentação do purificador: se a água da rede de alimentação possuir altos níveis de contaminantes, isso irá sobrecarregar seu equipamento, gerando a necessidade de troca de partes prematuramente.
Lembre-se de que os filtros do sistema de pré-tratamento também precisam ser substituídos periodicamente.
4. Desligar o purificador quando não está usando
Os purificadores de água laboratorial não foram projetados para serem desligados com frequência. Cada vez que o sistema é desligado, se inicia formação de biofilme nos cartuchos de filtragem, o que além de poder diminuir a qualidade da água purificada irá gerar entupimentos e saturações prematuras dos filtros.
Mesmo a água pura e de osmose reversa devem ser recirculadas em seu tanque ou barrilhete com frequência, não ultrapassando a marca de dois dias. Caso isso ocorra, a formação de biofilme será expressiva, de forma que mesmo a presença de uma lâmpada UV no tanque de armazenamento não será capaz de manter sua qualidade. A melhor forma de trabalho é armazenar apenas a quantidade de água que será utilizada nesse espaço de dois dias. Isso pode ser feito facilmente com a utilização de tanques smart, que se conectam ao purificador e são capazes de regular a quantidade de água produzida de acordo com o nível de água armazenada.
Não se esqueça de que manter seu purificador em ordem é fundamental. Dentre os diversos fabricantes, a necessidade de troca de peças como filtros, membranas e ultrafiltros varia de 3 meses a 2 anos. Verifique com seu fornecedor as necessidades do seu equipamento e, se possível, agende as trocas com antecedência e/ou adquira um contrato de serviços. Assim, você não será pego de surpresa descobrindo por falhas de experimentos que a sua água não está sendo purificada adequadamente.
Conheça o Smart2Pure, o purificador de água da Thermo Scientific que entrega água tipo 1 e tipo 2 sendo alimentado com a água da torneira do seu laboratório.
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